Um pouco sobre sexo, drogas e rock n' roll...
Eram apenas três caras em um singelo retrato num porta retratos qualquer colocado em cima de uma mesinha normal de uma casa familiar que se tornaria normal se essas três caras não fossem as três figuras que irei tentar relatar neste humilde depoimento de um velho e solitário observador da vida real...
Era sempre o ultimo gole, sempre a ultima dose e sempre a ultima mentira do dia. Assim termina a história de Dorivaldo sujeito pacato que não se sabe de onde e nem para onde vai, só se sabe onde está agora: no bar.
Preso a velhos hábitos, como todos, era Dorivaldo nada mais era além do que ele fazia, tudo era aquilo que via e nada era tudo aquilo que ainda iria ver, pois quando se vive de cuidar o que não precisa ser cuidado - uma zona, prostibulo, casa noturna - as coisas não fazem o mínimo sentido de ser alguma coisa, até pq em um lugar aonde o que se procura é sempre o que se acha, nada melhor seria nada fazer o verdadeiro sentido, tudo uma farsa, um teatro ou um show...
E no meio desse chão feito de nuvens de tão sólido era a vida de Dorivaldo que circulava ali, as risadas, as drogas e o sexo eram os aperitivos para o amanhecer de Dorivaldo - inocente daquele que pensa que o amanhecer é ver o sol nascer - que começava sempre com algo para esquentar as ventas e relaxar os músculos... pois hoje ele ia bater muito, era de costume as sextas-feiras aquilo ali lotar de gente a procura de prazer fácil e sem respeito e ele era o respeito ali, e ai de quem o tentasse tirar dali...
Mais nada foi como deveria ser e o peixe foi pego pela boca, simples habito, simples vicio foi o que fez da vida de Dorivaldo o que sempre foi... o ultimo gole, a ultima dose e a ultima mentira não funcionou, não dessa vez.
Ricardo mais parecia comer com os olhos a vizinha Roberta que nem de longe parecia saber dos suspiros de Ricardo que ouvidos bem de perto pareciam sussurrar "te quero.. te quero.." e sempre entre as cortinas de sua casa que Ricardo se movia para encontrar sempre o melhor angulo de sua pedra preciosa. E ele se movia com a destreza de um regente de uma orquestra e com uma precisão de um neurocirurgião ele abria a cortina lentamente... tudo para evitar que Roberta si quer um dia sonha-se em que a menos de cem metros existia uma pessoa pela qual só tinha como sonho as curvas de seu corpo e como desejo mais latente sentir sabor de sua pele derreter entre seus lábios toda essa vontade que parecia como mar ou como a areia de um deserto... infinitamente sem fim de tão grande.
E linearmente sem tempo eram os dias de Ricardo que pareciam apenas seguir os movimentos de Roberta pelas frestas das janelas, portas e qualquer lugar por onde se passa a luz de Roberta que encontra o redemoinho de desejos de Ricardo... E era assim dia após dia sem nada nem ninguém o corpo de Ricardo se formava envolta de sofá, cadeiras, bancos ou qualquer outra coisa que se coloca mais próximo da janela para ver Roberta passar... passar e iluminar um pouco do nada que da vida de Ricardo se tornava diante de apenas sonhos, que o alimentava cruelmente tirando ele dessa vida para uma outra bem longe de qualquer uma que um poeta, filósfo ou maniaco possa ir...
E foi o inicio e foi o fim. Ricardo na janela e Roberta a passear pelas frestas...
Isabel menina pobre que o pé o corpo pareciam não crescer, pois todos os trapos ali jogados pra ela serviam para cuprir o pouco corpo que tinha naquele monte de ossos. Nada nessa vida foi além para se ter uma história e ninguem pode ver alem dos olhos muxos e sangrentos de Isabel a verdade que ela sempre contava com seus pés sujos e unhas machucadas. A fome era o dia a noite era o frio. Não vale mais uma palavra de história e ponto final.
Figuras que são grãos no mundo, histórias que são virgulas no tempo.
Vamos crie uma história que seja mais que uma virgula no tempo...
3 Comentários:
At 2:08 AM, Anônimo said…
tô com dó da Isabel =[
At 11:50 PM, Anônimo said…
é...
se eu morresse agora você poderia escrever uma história parecida com essas sobre mim...
=/
é o que eu tento, moço... e se eu conseguisse apenas ser uma vírgula no tempo já estaria bom, mesmo que não fosse no tempo de todo mundo...
adoro seus textos dramáticos...
bjo.
maria.
At 11:29 AM, Anônimo said…
Roberta na história ali eh esnobe neh?!
Bjus pukaliaaa
;********
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